Além do Uruguai, Argentina e Bolívia vivem transição de poder, enquanto Colômbia e Chile aprovam projetos para tentar conter protestos populares
O presidente eleito do Uruguai, Luis Lacalle Pou, do partido Nacional, terá uma reunião nesta sexta-feira com o candidato derrotado no segundo turno, Daniel Martínez, da Frente Ampla, num encontro simbólico para iniciar os trabalhos de transição no país.
Depois de 15 anos governando o Uruguai, a Frente Ampla deixará o poder no dia 1 de março, data da posse de Lacalle Pou. A transição legislativa deve começar na terça-feira, numa reunião entre a atual vice-presidente, Lucía Topolansky, e sua sucessora, Beatriz Argimón.
O resultados das eleições, que tiveram o segundo turno no domingo, demorou cinco dias a mais para sair pela necessidade de contagem de uma classe extra de pouco mais de 30.000 votos que acabaram por ratificar a apertada vitória de Lacalle Pou. O senador e ex-presidente frente-amplista José Mujica afirmou ontem que a derrota aconteceu pela apatia política da esquerda uruguaia, “que ficou demasiado tranquila quando tinha que trabalhar”.
Graças a uma aliança com outros quatro partidos de centro-direita e extrema-direita, Lacalle Pou terá maioria parlamentar para levar adiante medidas mais duras de combate ao crime e também para tentar retomar um crescimento econômico mais acelerado do país. Mas já afirmou que não deve bater de frente em projetos sociais e trabalhistas aprovados pela Frente Ampla nos últimos 15 anos.